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Hospital Albert Einstein nas redes sociais


Ontem recebi um material de comunicação encaminhado pela área de Mídias Digitais do Hospital Albert Einstein. O material é bem simples, baseado em formatos tradicionais (folhetos impressos), porém a proposta é interessante.

Os folhetos são apenas o material informativo de uma campanha de conscientização sobre uma das maiores causas de morte no Brasil, o AVC.

É interessante notar como a área da Comunicação em redes sociais tornou-se algo tão importante mesmo em diferentes ramos de atividade. O Hospital Albert Einstein (e outros) possuem ações de comunicação e conscientização que envolvem, inclusive, ações em redes sociais.

Neste caso, para aproveitar a Dia Mundial de Combate ao AVC (29/outubro), o Hospital Albert Einstein fará uma ação um dia antes, na sexta (28), dentro da estação Sé do metrô, realizando checagens gratuitas de peso, altura, pressão, glicemia e índice de IMC, para detectar situações de risco potencial de AVC.

Como parte dessa campanha, a equipe de Mídias Digitais enviou o kit acima para um grupo de influenciadores do meio digital. Quem acompanha meu blog já sabe que é possível realizar ações mais interativas e inovadoras para envolver os usuários das redes sociais em campanhas como essa, mas de fato, não podemos também negar a boa iniciativa e enfatizar a relevância que o campo das Mídias Sociais está ganhando, afinal, é preciso se perguntar: quais motivos fariam uma pessoa acompanhar nas redes sociais o perfil de um hospital?

Caso queira conhecer mais sobre a presença do Einstein nas redes sociais, confira o perfil no Twitter (@hosp_einstein) e a página no facebook (facebook.com/HospitalAlbertEinstein).

Connect.Me é lançado em fase Beta


Depois de muitos atrasos, finalmente o Connect.Me entrou em fase Beta. Desde março/2011 fala-se deste novo serviço, mas até agora ninguém sabe ao certo do que se trata.

Por enquanto ele ainda é exclusivo para convidados. O Connect.Me assemelha-se a um serviço de construção de reputação, porém com nova proposta. Ao efetuar o cadastro, você pode conectar sua conta do Twitter, Facebook e Linkedin. O sistema automaticamente importa toda sua lista de contato e a partir daí começa o jogo de construção da reputação alheia. Você pode dar um "vouch" para cada amigo da sua lista de contato, ou seja, você pode atestar/recomendar aquela pessoa, indicando-lhe categorias como early adopter, professor, connector, entrepreneur, blogger, etc.

Mas o Connect.Me pretende ir além de um simples sistema de reputação online. A ideia central é usar a mecânica do "social game" para estimular a construção de uma base da dados confiável sobre a rede de usuários, utilizando o método "peer-to-peer" para conferir a reputação online.

Quando a rede já estiver bem estruturada, será uma boa alternativa para encontrar novos contatos e pessoas para se ter como referência. Sem dúvida, um potencial concorrente para Klout (http://klout.com) que por sinal, também modificou sua interface recentemente.

Tive acesso à plataforma do Connect.Me, mas confesso que, sem mais ninguém da minha rede participando também, não há muito o que fazer por lá. Dentro do sistema, cada usuário deve avançar níveis de reputação. Logo no primeiro acesso seu perfil ainda é considerado "unverified". Somente após receber o atestado (vouches) de pelo menos 25 pessoas é que você alcança o nível de perfil "trusted".

Nesta fase inicial, só é possível ter acesso ao site caso você receba um "vouch" de algum usuário do Connect.Me. Para garantir a qualidade da rede, só é possível "atestar" alguém que já faz parte da sua rede de relacionamentos no Twitter, Facebook ou Linkedin.

Você pode acessar o site http://connect.me e clicar no ícone central (Get Stared). Caso você tenha recebido um "vouch", poderá acessar a plataforma. Boa sorte!


E você pensava que estava abafando com seu anúncio inovador

Nāo podemos esquecer: ninguém gosta de ver propaganda, só nós mesmos.

A coluna desta semana da Suzana Singer na Folha de S. Paulo inspirou-me para esse post. Confesso, quando vi pela primeira vez, fui imediatamente para o Twitter elogiar e replicar o link do novo filme da Johnnie Walker. O filme "Keep Walking, Brazil" tem um conceito muito bom, ótimo texto e imagens. O resultado final é impactante.

E vale ressaltar, trata-se de um filme publicitário, daqueles que vemos no intervalo da televisão e cansamos de criticar. Propaganda em meios tradicionais já não atinge nem envolve o consumidor. O telespectador está cansado de ser interrompido pela propaganda. Não quando é bem feita.


Porém, para fugir do tradicional e inovar, estamos recorrendo a novos modelos e formatos. Contextualizar é a palavra-chave. Fazer a propaganda ganhar a forma de um conteúdo, e não de um anúncio publicitário. Johnnie Walker fez isso. A versão impressa dessa mesma campanha não tinha cara de anúncio. Mais uma vez, fui ao Twitter mostrar para minha rede de relacionamento a capa falsa da edição do domingo da Folha de S. Paulo (09/10/2011).


O grande problema é que, em meio ao furor criativo, esquecemos como essas ações podem beirar a enganação. Aqueles que viram o filme na TV, bem como os consumidores da marca e principalmente, todos os publicitários, acharam o máximo ver a referência ao filme, na capa da Folha, em forma de uma manchete.

E os demais leitores, que compraram/assinaram o jornal esperando ter acesso às principais notícias do dia? Como eles reagiram ao ler a manchete "Pão de Açúcar era parte de um gigante"? Acredito que para virar tema da coluna de domingo da Suzana Singer, Ombudsman da Folha, a repercussão negativa foi considerável.

Em 2007, relatei neste blog um caso infeliz da Citroën, ocorrido durante o lançamento do C4 Pallas. A peça da campanha simulava a notícia de um asteroide que iria se chocar contra a Terra. Clique aqui para ver o desenrolar deste caso.

Considero essencial o exercício da reflexão crítica que o publicitário deve fazer em relação ao seu próprio trabalho. Por conta disso, tomei a liberdade de reproduzir na íntegra (com autorização da autora), o belo texto da Suzana Singer. Vale a pena ler e refletir:



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PARECE, MAS NÃO É
"Informes publicitários" que cobrem a Primeira Página e simulam ser a capa irritam os leitores

Desde que o ex-presidente José Sarney deixou de ser colunista, só um ponto consegue a proeza de irritar leitores de "esquerda", de "direita", corintianos, palmeirenses, jovens e mais velhos: os anúncios que cobrem a Primeira Página.

Na última semana, os publicitários estavam especialmente criativos. A capa de domingo passado imitava os tipos gráficos da Folha, os fundos coloridos, e dizia em manchete que o "Pão de Açúcar era parte de um gigante". Abaixo, uma série de notícias inventadas, com direito até a previsão do tempo. O objetivo era chamar a atenção para uma nova campanha de uísque.

No dia seguinte, outra primeira página falsa, só de boas notícias. Essas não foram criadas em uma agência, foram pinçadas do noticiário real para avisar que empresas de telefonia também tinham uma "ótima" novidade para o leitor.

"Nunca gostei de anúncio em cima da capa, mas esses últimos me incomodaram demais, porque se travestiram de reais. O formato era traiçoeiro", reclamou o radialista Rodolfo Mieskalo, 29.

Outros leitores se queixaram de "dois dias seguidos de propaganda nonsense" e de "o jornal vender um espaço sagrado como a sua capa". Anúncios que cobrem a Primeira Página, em parte ou totalmente, deveriam ser excepcionais, mas são cada vez mais comuns. Neste ano, foram 88 -um a cada três dias.

Em geral, são propagandas de supermercado, carro ou banco, facilmente identificáveis, que irritam por atrapalhar o manuseio do exemplar. Só que esses últimos foram além e tentaram enganar o leitor, o que não deveria ser permitido. "O jornal não aceita anúncios que imitam os tipos gráficos da Folha. Além disso, há sempre, com destaque, o aviso de que se trata de informe publicitário", diz a Secretaria de Redação.

O anunciante não poderia também saber de antemão o que será publicado, como aconteceu na segunda-feira. O "informe" selecionou notícias e fotos da Redação para justificar o título: "Uma capa de jornal só com notícia boa. Você queria, a gente fez primeiro." Foi intromissão indevida na área editorial.

A Secretaria de Redação explica que o departamento comercial teve "acesso restrito e supervisionado ao índice de notícias do jornal".

Outro ponto que deixou alguns leitores mais indignados foi o fato de o anúncio de domingo ser de bebida alcoólica. "Qual a credibilidade de um jornal que vende a manchete principal para campanha de uísque?", criticou Luciana Sendyk, 47, redatora publicitária.

Em editoriais, a Folha apoia limites à publicidade do álcool. "O jornal defende restrições de acordo com o que estabelece a Constituição, que cita rádio e TV aberta. Esses meios são objeto de concessão pública e atingem um público universal, sem distinguir crianças de adultos. Por essa dupla razão, justificam regulamentação legal mais estreita da propaganda de produtos nocivos à saúde", justifica a Secretaria de Redação.

A verba publicitária é fundamental em qualquer jornal -na Folha, representa cerca de metade da receita geral da empresa. Sem ela, o jornal custaria mais caro e seria lido por menos gente. Mas é imprescindível impor limites ao comercial, principalmente, quando se trata de cobrir a vitrine do jornal.

Crédito: SUZANA SINGER - Jornal Folha de S. Paulo, 16/10/2011, pág. A8.  http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ombudsma/om1610201101.htm







O buraco é mais fundo


Não foi só criatividade que garantiu o sucesso em Cannes do case “Jay-Z Decoded”.

Trago aqui a constatação que fiz após trocar algumas ideias com o Diretor de Estratégia Digital da agência Droga5 (NY), Hashem Bajwa. Se você achou que já sabia tudo sobre a campanha do Bing da Microsoft, vou contar um segredo: a verdade está além do que o vídeo-case mostrou para os jurados em Cannes (http://bit.ly/bingjayz).

O que garantiu o sucesso da campanha não foi só a criatividade dos formatos e a diversidade de peças. “Jay-Z Decoded” não se resume em páginas de um livro espalhadas pelas principais cidades dos Estados Unidos.

Criatividade no formato e originalidade das peças pode conquistar Gran Prix de Outdoor e Integrated. Porém o que vale para nosso meio é: como chegar a esse resultado?

Hashem contou que para realizar essa campanha, a Droga5 montou uma equipe própria. Não se restringiu aos seus departamentos tradicionais. Foram chamados para participar do projeto profissionais da agência com diferentes habilidades e que realmente possuíam alguma expertise necessária para o projeto. Também foram contratados novos profissionais, como por exemplo, um especialista na cultura hip-hop.

Algumas das peças imaginadas para a campanha exigiram dedicação especial para serem viabilizadas. Durante o período de elaboração e execução, a Droga5 manteve contato diário com as equipes da Microsoft e do rapper Jay-Z.

A meu ver, o sucesso da campanha está intrinsicamente ligado a essa proposta de gestão e estruturação da equipe. Um novo paradigma. Praticamente um novo modelo de negócios para o mercado publicitário.

Pyr Marcondes, responsável pela plataforma ProXXima, disse algo que também acredito: já não é mais possível sobreviver sob a lógica tradicional que divide a estrutura de uma agência em Atendimento, Planejamento, Criação e Mídia. Precisamos rever essa estrutura. Hoje o planejamento precisa ser criativo, assim como o Criativo precisa ser um bom Planner. Mais do que isso, precisamos também de profissionais com novas expertises.

Aqui no Brasil, muitas agências começaram a se movimentar. O surgimento constante de novos cargos e departamentos é um reflexo disso. Algumas agências implantaram equipes formadas por trios de criação. Outras criaram o cargo de Head de Convergência. Há também o Creative Technologist. Enfim, a publicidade descobriu que sua área de atuação e conhecimento cresceram.

A Bullet passou por esse processo nos últimos anos. Deixou de ser apenas uma agência. Agora é o Grupo Talkability. Oferece diversos serviços na área de comunicação. Dentro do grupo há profissionais responsáveis por planejar, criar, produzir e executar uma campanha promocional, uma ação, um evento. Recentemente, eles anunciaram o lançamento da Objeto Direto, empresa do grupo Talkability que terá como foco de atuação o desenvolvimento de soluções tecnológicas para ações de comunicação. Viu só como o campo da comunicação cresceu?

Outra agência para olhar com atenção é a CUBOcc. Roberto Martini tem apenas 31 anos. Ele  montou uma agência que não tem cara de agência.

A CUBOcc não só atende, planeja e cria. Ela também produz e executa campanhas para diferentes mídias. Seu modelo de negócios não segue os padrões tradicionais. Ele provavelmente nem sabe muito bem o que fazer com a bonificação de mídia. Não é assim que sua agência é remunerada.

Porém a CUBOcc sabe o valor do know-how e da experiência. Assim como Mark Zuckerberg, outro jovem empreendedor de sucesso, Martini trouxe para dentro da sua empresa  profissionais com grande experiência que atuavam em tradicionais agências do mercado.

A proposta é aproveitar o conhecimento acumulado dos profissionais mais experientes com o potencial inovador dos jovens publicitários. Ganhou meu apreço. Quem leu meu artigo anterior vai entender.

Sem dúvida a CUBOcc ainda terá muitos problemas e desafios a vencer, pois sua estrutura não se encaixa em nenhum modelo já formalmente definido. Apesar disso tudo, é algo em que você deveria pensar. Não ficaria surpreso se o próximo “Jay-Z Decoded” for uma criação da Bullet ou da CUBOcc.



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Publicado originalmente na coluna da edição impressa do jornal Meio e Mensagem, ano XXXIII, núm.: 1479, pág. 10. São Paulo: Meio e Mensagem, 03/10/2011.

Apps do "Panóptico Social"

Recentemente escrevi um post sobre a nova Timeline do Facebook e sua relação com a "Era da Exposição." Pois bem, aqui vai mais um capítulo dessa nossa evolução para o aprimoramento do "Panóptico Social".

Ontem (12/10/11), a Apple lançou a nova versão do seu sistema operacional para iPhones e Ipads, o iOS 5. Com ele surge também o aplicativo "Find My Friends".

A aplicação não é nada mais do que um "geolocalizador" de pessoas que utilizam iPhones ou iPads. Você cadastra amigos para observar suas respectivas posições geográficas e do outro lado, autoriza que eles façam o mesmo. Para conhecer o serviço, é preciso instalar o aplicativo.

O "Find My Friends" é muito semelhante a um serviço mais antigo, o Google Latitude. Nesse caso, não é preciso ser portador de devices da Apple. Basta ter o aplicativo Google Maps instalado no seu smartphone e habilitar a função do Google Latitude.

Pelo celular ou pelo portal na web, você pode conferir a geolocalização dos seu amigos.

Ambos são aplicações que estimulam o "Panóptico Social". A "Era da Exposição" potencializa a sociedade da vigilância. Não somos mais controlados por governos autoritários, mas por nós mesmos.

Jovens em busca de aceitação social, viverão a paranóia da vigilância ininterrupta dos seus amigos, potencializada pela tecnologia. Cresce o medo de ser flagrado em um bairro ou num estabelecimento comercial (bar, restaurante, loja, etc) socialmente inaceitável pelo seu grupo. Sim, todos saberão que você visita sua avózinha todos os dias após a escola.

Casais discutirão diariamente as razões do marido não estar no prédio do seu trabalho durante uma tarde qualquer. Chefes poderão observar se seus funcionários realmente saíram do escritório para visitar os clientes.

Gosto sempre de ressaltar que esse comportamento não é causado pela tecnologia. Já faz muito tempo que buscamos vigiar e controlar nossa sociedade. Já não se pode mais fumar em público, nem comer muita gordura. Alguém vai te criticar. É o panóptico social.




#EuQuero: Presente para você no #DiaDoProfessor


Ganhei um vale de R$200 na Fnac e resolvi usá-lo para presentear um leitor deste blog. Sempre que há uma oportunidade, tenho realizado ações como essa. É uma forma de retribuir e agradecer quem acompanha meu blog, Twitter, Facebook, etc. Além disso, aproveito ações como essa para estudar a capacidade de propagação de uma informação nas redes sociais.

Sendo assim, no Dia do Professor (15/10), quem poderá ganhar presente é você!

O que fazer:
1 - Entre no site da Fnac (www.fnac.com.br) e escolha um produto (ou mais). O valor total não pode ultrapassar R$200.
2 - Até o dia 14/10, publique no seu Twitter a seguinte frase:
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@EricMessa no #DiaDoProfessor (http://kingo.to/QH9) #EuQuero: [escreva aqui o nome do produto que você escolheu]
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3 - Pronto. É só aguardar. No dia 15/10 (Dia do Professor), selecionarei uma pessoa que vai ganhar o presente que escolheu! Vou trocar o vale no site da Fnac e pedir pra entregar o presente direto na casa do ganhador.


Observações:
- As frases devem ser publicadas no Twitter até 23h59 da sexta-feira, 14/10/11.
- É importante conferir se o link indicado na frase acima foi  publicado corretamente. É ele quem faz o registro da sua participação.
- Não adianta publicar a frase mais de uma vez, o sistema Sorteie.me considera apenas um único registro de cada usuário do Twitter.
- Até 30 minutos após a publicação do tweet, o seu nome estará registrado no sistema do Sorteie.me. Clique aqui para conferir.
- O produto será entregue apenas para residentes no Brasil e de acordo com a limitações/restrições impostas pelo site da Fnac.


É preciso seguir meu perfil no Twitter?
Não. Muitas ações semelhantes a essa pedem para você seguir um determinado perfil no Twitter. No meu caso, peço apenas que colabore na divulgação deste blog. Prefiro que sigam meu perfil no Twitter apenas aqueles que realmente se interessam pela minha área de atuação, e gostam do que escrevo aqui. Assim posso garantir um alto índice de relevância do meu perfil de seguidores. Afinal, o meio digital não é um meio de massa! O importante não é apenas ter um alto número de seguidores, mas também uma alta relevância e segmentação.


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[updated 15/10/11] 
Quem levou o presente:
Conforme combinado, realizei a seleção aleatória de uma das pessoas que participou e publicou o tweet em seu perfil. Quem levou o presente foi o Rafa Amaral (@rafaamaral). Abaixo a tela do resultado da seleção aleatória realizada pelo serviçco Sortei.me. Aqui está o link de confirmação.  Parabéns Rafa!







Facebook, Timeline e a Era da Exposição


A nova interface do Facebook vem repleta de mudanças na forma como o sistema relaciona e trata as informações dos usuários, mas no final das contas, a mudança que realmente é visível a todos os usuários é a interface do perfil de cada usuário, chamada de Timeline.

A grosso modo, nada muda além do layout, afinal, todas as informações que aparecem ali já foram publicadas pelo próprio usuário ao longo do tempo.

Mas provavelmente o impacto será grande quando o usuário ver, pela primeira vez, sua própria Timeline. A impressão de super-exposição é quase inevitável.

Não digo com isso, que a reaçāo será negativa. Muito pelo contrário. Logo todos se acostumarão com o novo perfil e gastarão horas das suas vidas, preenchendo as lacunas da sua "timeline virtual".

Ponto crucial: Timeline é mais uma constatação de que vivemos uma "Era da Exposição". Já disse isso várias vezes, e tudo o que vejo só reafirma essa minha teoria.

A "Era da Imagem" e sua supervalorização evoluiu para um desejo de se mostrar e expor publicamente a vida privada. Vide os programas de reality-show.

As redes sociais potencializaram essa exposição que já era natural do ser humano. Recursos como a Timeline promovem uma mudança dos limites sociais que separam o público do privado.

Estamos constituindo uma sociedade da vigilância, semelhante às ideias de Foucault, porém agora o modelo do panóptico é social e colaborativo. A sociedade vigia a si mesma, através das redes sociais. O "grande irmão" (de George Orwell), no final das contas, somos nós mesmos.

Há um novo sentido para o uso do termo "Panóptico Social". Ninguém mais pode fazer qualquer coisa que não seja socialmente aceita, pois afinal, há sempre algum "amigo" observando.



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[UPDATED 14/10/2011]  
Uma breve ilustração

Hoje vi no Facebook alguns usuários espalhando para seus amigos a foto acompanhada do texto que segue abaixo (amplie a imagem para ler o texto). Resolvi publicar como um exemplo prático do que chamo de "Panóptico Social", uma vigilância permanente da sociedade sobre ela mesma, potencializada pelas redes sociais.


Não pretendo discutir a atitude do motorista do carro, ou da responsável pela publicação no Facebook. Quero apenas evidenciar que situações semelhantes acontecerão cada vez mais. Não precisamos mais de câmeras de vigilância. Nossas atitudes serão permanentemente vigiadas pela própria sociedade.

Não, não se trata de um modelo de estrutura social baseada no socialismo. Apesar das semelhanças, temos aqui uma nova estrutura, espontânea, colaborativa, em que as regras são estabelecidas de forma dinâmica. Não é uma estrutura necessariamente socialista, mas também não é necessariamente democrática.

Acredito que as consequências serão ainda maiores a cada nova geração. E quando as pessoas que nasceram já na época do Facebook tornarem-se pais? Como será a vida dos filhos vigiados pelas redes sociais? Desenvolvi essa ideia também num outro post, fica o convite para leitura: "Apps do Panóptico Social".




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[UPDATED 18/10/2011]  
Take This Lollipop

Hoje circulou pelas redes um site que faz o "mashup" de um vídeo com dados obtidos em sua conta do Facebook. A ideia é "brincar" com essa questão da exposição excessiva estimulada pelas redes sociais. Vale a pena participar da experiência interativa, acesse www.takethislollipop.com.


Novos espaços publicitários no Facebook

É inevitável. Logo surgirão as "ações de mídias sociais" propondo aos usuários do Facebook, associar a sua "cover photo" com alguma marca. Depois do tweet pago e do post pago, vem agora a "timeline paga".


Na verdade esse processo já começou. O blog criado pela Volkswagen para o lançamento do Beetle 2012 já oferece uma imagem para download, própria para  aplicar no novo perfil do Facebook.