Quem acompanha o blog, sabe que um tema frequente aqui é o questionamento sobre a atual "era da exposição" (nas redes) e aquilo que tenho chamado de "panóptico social", ou seja, a vigilância que a sociedade impõe a si mesma, dentro das redes sociais.
Há um outro post que trata desse assunto de forma mais reflexiva. Desta vez quero levantar casos práticos. Na última segunda-feira (09/12/13) duas notícias envolveram essas mesmas questões, porém de maneiras diferentes:
#01
Fotos da filha do ex-jogador Renato Gaúcho (Carol Portaluppi), completamente nua, foram expostas nas redes sociais sem a sua autorização. Provavelmente retiradas de seu celular, que foi roubado dias antes. Ela e a família estão sofrendo com a propagação espontânea de imagens não autorizadas, caso semelhante ao que sempre aconteceu com celebridades, mas que na era das redes sociais, ganha uma nova dimensão.
#02
A briga entre torcedores do Atlético-PR e Vasco no domingo (08/12/13) promoveu na segunda-feira uma reação já comum entre os usuários assíduos das redes sociais: uma corrida para identificar o perfil nas redes sociais dos envolvidos.
Ato bastante positivo sob o ponto de vista da participação e mobilização social, porém o Allisson Rafael, de Pernambuco, foi identificado erroneamente (brincadeira de um amigo) e em seu perfil, foi obrigado a prestar esclarecimentos para a enxurradas de pessoas que começaram a publicar mensagens de ódio contra ele.
Nesse caso da briga entre os torcedores dos times, é a sensação de colaboração com a justiça que move as pessoas a identificar infratores da lei nas redes sociais, porém, há aí um limite entre colaboração e efetiva aplicação da justiça.
Nas redes sociais, conseguimos identificar pessoas, talvez com uma agilidade até maior do que nossa polícia; e a rápida disseminação dessa informação, pode promover uma mobilização social contra essa pessoa, o que por sua vez, pode levar à realização da "justiça com as próprias mãos".
É preciso ter senso crítico e consciência, pois esse movimento levaria nossa sociedade à barbárie. Uma anarquia estimulada pelas redes sociais.
Maturidade em relação ao uso das redes sociais e consciência crítica sobre seus próprios atos é o que falta também no caso da Carol Portaluppi e tantas outras garotas que já tiveram fotos nuas expostas indevidamente na internet.
Casos assim podem levar à um movimento que hoje chamamos de bullying virtual ou cyberbullying e as consequências psicológicas podem ser incontornáveis, e em situações extremas, causando o suicídio da menina envolvida, como já aconteceu em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.
A falta de maturidade vem de ambas as partes. Daquele que promove a propagação das imagens pela rede, pois desconhece o alcance que a repercussão pode ter (e as possíveis consequências para a pessoa envolvida); e também das pessoas que armazenam fotos em celulares e computadores acreditando que ali tais imagens estão reservadas somente para sí, quando na verdade, qualquer imagem digital é passível de propagação nas redes, seja propositalmente ou não. Algumas vezes, um simples descuido de configuração dos aplicativos pode acionar a publicação da imagem na internet.
Como conclusão, vemos que fatos como esses dois que citei são recorrentes e estão longe de serem os únicos. São na verdade, consequências corriqueiras de uma sociedade ainda ingênua em relação à dinâmica das redes sociais e que está aprendendo e negociando os limites da exposição e do comportamento social nessas plataformas digitais.
Há um outro post que trata desse assunto de forma mais reflexiva. Desta vez quero levantar casos práticos. Na última segunda-feira (09/12/13) duas notícias envolveram essas mesmas questões, porém de maneiras diferentes:
#01
Fotos da filha do ex-jogador Renato Gaúcho (Carol Portaluppi), completamente nua, foram expostas nas redes sociais sem a sua autorização. Provavelmente retiradas de seu celular, que foi roubado dias antes. Ela e a família estão sofrendo com a propagação espontânea de imagens não autorizadas, caso semelhante ao que sempre aconteceu com celebridades, mas que na era das redes sociais, ganha uma nova dimensão.
#02
A briga entre torcedores do Atlético-PR e Vasco no domingo (08/12/13) promoveu na segunda-feira uma reação já comum entre os usuários assíduos das redes sociais: uma corrida para identificar o perfil nas redes sociais dos envolvidos.
Ato bastante positivo sob o ponto de vista da participação e mobilização social, porém o Allisson Rafael, de Pernambuco, foi identificado erroneamente (brincadeira de um amigo) e em seu perfil, foi obrigado a prestar esclarecimentos para a enxurradas de pessoas que começaram a publicar mensagens de ódio contra ele.
Nesse caso da briga entre os torcedores dos times, é a sensação de colaboração com a justiça que move as pessoas a identificar infratores da lei nas redes sociais, porém, há aí um limite entre colaboração e efetiva aplicação da justiça.
Nas redes sociais, conseguimos identificar pessoas, talvez com uma agilidade até maior do que nossa polícia; e a rápida disseminação dessa informação, pode promover uma mobilização social contra essa pessoa, o que por sua vez, pode levar à realização da "justiça com as próprias mãos".
É preciso ter senso crítico e consciência, pois esse movimento levaria nossa sociedade à barbárie. Uma anarquia estimulada pelas redes sociais.
Maturidade em relação ao uso das redes sociais e consciência crítica sobre seus próprios atos é o que falta também no caso da Carol Portaluppi e tantas outras garotas que já tiveram fotos nuas expostas indevidamente na internet.
Casos assim podem levar à um movimento que hoje chamamos de bullying virtual ou cyberbullying e as consequências psicológicas podem ser incontornáveis, e em situações extremas, causando o suicídio da menina envolvida, como já aconteceu em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.
A falta de maturidade vem de ambas as partes. Daquele que promove a propagação das imagens pela rede, pois desconhece o alcance que a repercussão pode ter (e as possíveis consequências para a pessoa envolvida); e também das pessoas que armazenam fotos em celulares e computadores acreditando que ali tais imagens estão reservadas somente para sí, quando na verdade, qualquer imagem digital é passível de propagação nas redes, seja propositalmente ou não. Algumas vezes, um simples descuido de configuração dos aplicativos pode acionar a publicação da imagem na internet.
Como conclusão, vemos que fatos como esses dois que citei são recorrentes e estão longe de serem os únicos. São na verdade, consequências corriqueiras de uma sociedade ainda ingênua em relação à dinâmica das redes sociais e que está aprendendo e negociando os limites da exposição e do comportamento social nessas plataformas digitais.
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