A televisão é controlada pelos anunciantes, enquanto as redes sociais pelos consumidores.
Eu costumava assinar essa coluna dizendo que sou “publicitário por vocação, acadêmico por paixão e blogueiro por acaso”. A partir de hoje, não assino mais como blogueiro. Percebi que o mercado faz uso desse termo de uma maneira diferente daquela que eu tinha em mente. Termos como esse acabam se ressignificando ao longo do tempo; é natural.
Para o mercado publicitário, blogueiro é aquele que possui um canal de conteúdo na internet, capaz de atrair uma audiência equivalente à de um veículo da imprensa especializada.
De fato, há muitos blogs na internet que alcançaram esse patamar. Anunciar num blog desses é equivalente a imprimir um anúncio na revista, mas confesso que considero deprimente ver um publicitário que resume sua estratégia em mídias sociais dessa forma.
Nada contra tais blogs. Porém, o publicitário que anuncia exclusivamente em blogs de grande audiência é aquele que só entende de propaganda em massa. Nunca ouviu falar de propaganda em rede.
Aliás, caso interesse saber, alguns blogueiros abandonaram o termo “blog”. Eles preferem dizer que são responsáveis por um grande canal de conteúdo especializado. Hoje eles se profissionalizaram. Possuem uma equipe que gira entorno da produção de conteúdo. Sob esse ponto de vista, os blogueiros praticamente morreram. Deixaram de ser meros “blogueiros” e tornaram-se “editores” de um canal independente de conteúdo.
Eu não sou destes. O blog que mantenho não possui “fins lucrativos”. A ideia é refletir sobre determinados temas e compartilhar conhecimento com meus “pares”. Na era das redes sociais, a prática iniciada no blog estende-se para o Twitter, Facebook, Instagram, e tantos outros. Nessas redes, compartilhamos não só ideias, mas também experiências de vida. E muitas delas envolvem produtos e serviços. Envolvem marcas. Entendeu aonde quero chegar?
Não sou o único a ter esse “comportamento”. Este “perfil de usuário” das redes cresce a cada dia. Não são blogueiros. Talvez possamos usar outro termo comum no mercado publicitário: “influenciador do meio”. Porém faço uma ressalva: há quem entenda esse influenciador como alguém que influência exclusivamente o meio digital por si só. Não é isso, é maior.
Pense no seguinte: enquanto a televisão e o meio impresso são feitos de anunciantes, as redes sociais são feitas de consumidores. É preciso entender esse tal “influenciador do meio” não como um propagador profissional de informações, não como um jornalista, mas como um consumidor que possui um alto potencial disseminador entre o público-alvo da empresa.
Para trabalhar sob o paradigma da comunicação em rede, o que você deve fazer é criar uma estratégia para estimular que não apenas um único ponto da rede fale sobre sua marca, mas estimular que vários pontos influentes dessa rede falem da sua marca.
O trabalho pesado está, portanto, em identificar quem são esses “influenciadores do meio”. Dou uma dica: você já foi atrás dos consumidores da sua marca para descobrir potenciais influenciadores entre eles?
Faça uma pesquisa no Twitter e no Facebook. Veja se há alguém falando da sua marca com frequência, depois confira se essa pessoa possui um bom número de contatos na rede. Procure aqueles com um volume de contatos acima da média, mas não se preocupe com a quantidade necessariamente, lembre-se que não estamos trabalhando em massa.
Consulte também sua base de dados do SAC e/ou do CRM. Lá sem dúvida você encontrará mais um grupo de influenciadores do seu público-alvo.
Feito isso, inicie um processo de relacionamento com essas pessoas. Num dado momento, lance uma informação em primeira mão e só mais tarde faça uma inserção daquilo na mídia de massa. Você notará diferença na repercussão espontânea; e então terá descoberto as vantagens da propaganda em rede associada à tradicional propaganda de massa.
O futuro é social. Basta ver como as emissoras de TV começaram a recuperar sua audiência com a tal da “Social TV”. O mesmo acontece com produtos e serviços. Empresas terão que aprender a manter um relacionamento consistente com seus consumidores. Tenham eles ou não, um blog.
Um bom amigo que respeito muito, Pyr Marcondes, outro dia disse: “O problema é pensar redes sociais como uma mídia. Não pense assim. É maior do que isso”. Grande Pyr. Entendeu tudo. Acredito que você também entendeu. Então me ajude a disseminar esse modelo de propaganda em rede. Sem dúvida ajudará muita marca a crescer.
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Publicado originalmente na coluna da edição impressa do jornal Meio e Mensagem, ano XXXIV, núm.: 1534, pág. 10. São Paulo: Editora Meio e Mensagem, 05/11/2012.
Para o mercado publicitário, blogueiro é aquele que possui um canal de conteúdo na internet, capaz de atrair uma audiência equivalente à de um veículo da imprensa especializada.
De fato, há muitos blogs na internet que alcançaram esse patamar. Anunciar num blog desses é equivalente a imprimir um anúncio na revista, mas confesso que considero deprimente ver um publicitário que resume sua estratégia em mídias sociais dessa forma.
Nada contra tais blogs. Porém, o publicitário que anuncia exclusivamente em blogs de grande audiência é aquele que só entende de propaganda em massa. Nunca ouviu falar de propaganda em rede.
Aliás, caso interesse saber, alguns blogueiros abandonaram o termo “blog”. Eles preferem dizer que são responsáveis por um grande canal de conteúdo especializado. Hoje eles se profissionalizaram. Possuem uma equipe que gira entorno da produção de conteúdo. Sob esse ponto de vista, os blogueiros praticamente morreram. Deixaram de ser meros “blogueiros” e tornaram-se “editores” de um canal independente de conteúdo.
Eu não sou destes. O blog que mantenho não possui “fins lucrativos”. A ideia é refletir sobre determinados temas e compartilhar conhecimento com meus “pares”. Na era das redes sociais, a prática iniciada no blog estende-se para o Twitter, Facebook, Instagram, e tantos outros. Nessas redes, compartilhamos não só ideias, mas também experiências de vida. E muitas delas envolvem produtos e serviços. Envolvem marcas. Entendeu aonde quero chegar?
Não sou o único a ter esse “comportamento”. Este “perfil de usuário” das redes cresce a cada dia. Não são blogueiros. Talvez possamos usar outro termo comum no mercado publicitário: “influenciador do meio”. Porém faço uma ressalva: há quem entenda esse influenciador como alguém que influência exclusivamente o meio digital por si só. Não é isso, é maior.
Pense no seguinte: enquanto a televisão e o meio impresso são feitos de anunciantes, as redes sociais são feitas de consumidores. É preciso entender esse tal “influenciador do meio” não como um propagador profissional de informações, não como um jornalista, mas como um consumidor que possui um alto potencial disseminador entre o público-alvo da empresa.
Para trabalhar sob o paradigma da comunicação em rede, o que você deve fazer é criar uma estratégia para estimular que não apenas um único ponto da rede fale sobre sua marca, mas estimular que vários pontos influentes dessa rede falem da sua marca.
O trabalho pesado está, portanto, em identificar quem são esses “influenciadores do meio”. Dou uma dica: você já foi atrás dos consumidores da sua marca para descobrir potenciais influenciadores entre eles?
Faça uma pesquisa no Twitter e no Facebook. Veja se há alguém falando da sua marca com frequência, depois confira se essa pessoa possui um bom número de contatos na rede. Procure aqueles com um volume de contatos acima da média, mas não se preocupe com a quantidade necessariamente, lembre-se que não estamos trabalhando em massa.
Consulte também sua base de dados do SAC e/ou do CRM. Lá sem dúvida você encontrará mais um grupo de influenciadores do seu público-alvo.
Feito isso, inicie um processo de relacionamento com essas pessoas. Num dado momento, lance uma informação em primeira mão e só mais tarde faça uma inserção daquilo na mídia de massa. Você notará diferença na repercussão espontânea; e então terá descoberto as vantagens da propaganda em rede associada à tradicional propaganda de massa.
O futuro é social. Basta ver como as emissoras de TV começaram a recuperar sua audiência com a tal da “Social TV”. O mesmo acontece com produtos e serviços. Empresas terão que aprender a manter um relacionamento consistente com seus consumidores. Tenham eles ou não, um blog.
Um bom amigo que respeito muito, Pyr Marcondes, outro dia disse: “O problema é pensar redes sociais como uma mídia. Não pense assim. É maior do que isso”. Grande Pyr. Entendeu tudo. Acredito que você também entendeu. Então me ajude a disseminar esse modelo de propaganda em rede. Sem dúvida ajudará muita marca a crescer.
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Publicado originalmente na coluna da edição impressa do jornal Meio e Mensagem, ano XXXIV, núm.: 1534, pág. 10. São Paulo: Editora Meio e Mensagem, 05/11/2012.
Resumidamente belo...
ResponderExcluirMinha opinião é bem próxima com a sua quando se procura um "blogueiro" ou "influenciador".
Acho que o marketing ainda não percebeu que o digital não é apenas mídia, que o relacionamento pode trazer benefícios para marcas.
E alguns blogueiros não profissionalizados ainda tendem a se relacionar de forma errada com as marcas.
Eu e o Gui tivemos que mudar a nomeclatura do MPH para poder trabalhar com marcas que não entendiam muito bem esse nicho e queriam uma entrega equivocada que não se encaixava nem em blogs e sites/portais.
Abraços Eric! SUCESSO
Ilustrando sua matéria. Temos um "blog" super qualificado, 400.000 acesos únicos/mês e bounce rate de apenas 1,4%. Daí que em uma feira, conversando com um fabricante de pequenoporte de produtos do ramo, lá na região sul, ofereci nossas páginas quando soube que ele anunciou sua marca na revista CARAS. Não contratamos até hoje uma única ação com o referido. Nos pareceu que era mais importante a capitalização social do que resultados. Ou será porque para ele nós éramos apenas mais um "blog"? Hehehe.
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