A semana começou com uma discussão acalorada sobre a questão do Programa Pânico ter ciência, ou não, de toda a campanha. Agora pergunto, é essa a questão principal? Será que essa polêmica toda não é um tanto artificial? Será que não é mais uma estratégia para gerar buzz?
Minha opinião particular? Tenho alguns pontos para colocar em discussão:
- A Skol não foi atacada diretamente. De certa forma, ela acabou ganhando mídia espontânea. Aliás, a polêmica surgiu na imprensa antes mesmo da Skol dar algum depoimento. Claro que a marca não gostou, mas quebrar o contrato com o Pânico?
- Não acredito que o Programa Pânico não tinha ciência do caso. Claro, talvez nem todos da equipe sabiam, muito menos a Rede TV. Porém, talvez algumas pessoas, como a Sabrina Sato estavam sim sabendo, porém irão negar. Faz parte da estratégia para gerar buzz, é uma forma de gerar polêmica; e esse artifício está na moda. Talvez tenha até colaborado para vender a "pauta" das Tchecas para o programa. Mas por enquanto isso não passa de uma impressão minha, não posso provar.
- Vale ressaltar que toda essa primera fase teve um custo de cerca de 350 mil. É um valor muito baixo comparado com a repercussão gerada até então. Só para comparar, a próxima fase de lançamento oficial, que fará uso dos veículos de massa, vai consumir cerca de R$ 2 milhões, só em mídia. Repare como é possível atingir muita gente com baixo investimento e sem usar mídia de massa.
- Mas de qualquer forma, pelo que acompanhei até agora, tanto na imprensa quanto nos comentários que ouvi por aí, parece-me que essa fase de transição da fase teaser para a fase de lançamento oficial causou um stress não programado. Algumas ações surgiram no meio do caminho, e o desfecho da primeira fase e da participação do Pânico na TV provavelmente não aconteceu exatamente como planejado. Estamos à beira de uma crise da campanha. Inclusive corre-se o risco de profissionais envolvidos serem punidos. Se acontecer, será de forma injusta, pois não acredito que a culpa possa ser direcionada a uma única pessoa.
No meu entendimento, mais importante é direcionar o olhar para os propósitos básicos de uma campanha de comunicação: Quem é o público-alvo? Como ele foi impactado pela campanha? Qual a impressão dele sobre a marca e o produto até agora?
Soube que a cerveja será distribuída inicialmente no Nordeste. Fica mais fácil entender as viagens que as garotas fizeram para lá. Dá pra entender inclusive toda a linguagem da campanha.
Porém ter mais de 170 mil visualizações nos primeiros vídeos do youtube pode encher os olhos da empresa, mas quantos desses fazem parte do público-alvo? A agência pode justificar que "gerar buzz", mesmo que disperso, ajuda na propagação espontânea. Eu concordo, mas também gosto de afirmar que não devemos perder o foco no público-alvo.
Eu confesso, não sabia da existência das garotas "Tchecas" até surgir a polêmica dentro do mercado publicitário. Não vi os vídeos postados desde o início do ano. Não vi as tags e os memes nos Trending Topics do Twitter. Não vi nada disso. Acredito que eu não seja público-alvo da campanha; ou então diria que eles erraram no foco da campanha. E as pessoas no Nordeste? Foram impactadas?
Outra coisa, dê o nome que quiser: buzzmarketing, marketing de guerrilha, PR-stunt, enfim, não interessa. Não adianta querer categorizar e condenar uma ou outra estratégia. Também não adianta caçar culpados. Não há um único profissional responsável. Pra quê eleger o criador da campanha? Pra quê eleger quem errou? É um trabalho único, que envolveu diferentes profissionais e teve um cliente apoiando tudo.
Concordo com a opinião do Neto (Bullet), publicada no Update or Die. Os "guardiões da ética" deveriam se acalmar. Estamos falando do Programa Pânico, de uma cerveja que se chama "Proibida" e que quer trabalhar o humor na sua campanha. A linguagem do humor no Nordeste é diferente do Sudeste. Uma ética moralista não aceitaria nem os primeiros vídeos do Youtube.
Se esse limite foi ultrapassado, quem paga a conta? Como fica a imagem da nova marca Proibida? Como fica a imagem do Programa Pânico?
O importante é observar qual é o limite - tênue - entre a "brincadeira" e a "enganação". Não importa o que o mercado publicitário pensa. Importa se o público-alvo está levando tudo na brincadeira e está acompanhando cada novo capítulo dessa campanha, ou está achando tudo isso um absurdo? Então pergunto: pesquisa de mercado com o público-alvo. Alguém já fez? Sabe o resultado?
Não interessa o número de visualizações, trending topics, etc. Quero ver mesmo é a opinião dos consumidores. O que eles acharam disso tudo? O que o público do da região nordeste tem a dizer? Quer saber, tenho pressentimento que o público-alvo está adorando tudo isso. Mas prefiro esperar o resultado das pesquisas. Aí sim teremos motivo pra mais um monte de "mimimi".
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Duas coisas:
ResponderExcluir1 - Também não vi, até agora, buzz gerado diretamente para a proibida. Na verdade o boca a boca está mais forte no mercado de comunicação do que no público alvo. Mas nem por isso acho que a campanha foi um fracasso...
2 - Qual o problema em reconhecer os pontos positivos da campanha, Messa!? Você só fala mal... passa a a impressão de ser tendencioso.
GB,
ResponderExcluirSó falo mal? Na verdade pretendia apresentar pontos para reflexão e não falar mal.
Fazer todos esse buzz com 350 mil não é um bom resultado? Eu acho isso um ponto positivo.
Mas para atender seu apontamento, acrescentei uma última frase no post, veja la! :-)
Parabéns pelo texto ! ótima abordagem sobre o assunto, só fiquei com dúvidas em uma única passagem.
ResponderExcluirO Buzz que a Skol ganhou por tabela foi válido ? uma vez que na minha concepção o buzz gerado é de que ela foi a "boba" na história.
O falem bem ou falem mal, mas falem de mim vale também para marcas já consolidadas ?
abs.
Não concordo com o "falem bem ou mal". Acho que uma repercussão de caráter duvidoso não é bom. Porém, acho que esse é mais o caso da Proibida do que da Skol nesse caso em específico.
ResponderExcluirNão acho como você, que a imagem da marca Skol tenha se prejudicado, mas sem dúvida, é outro ponto que merecia uma pesquisa de opinião.