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Tihuana é TNT: para quem ainda não entendeu o novo paradigma da comunicação


Tenho dito que Branded Content e Social Media são hoje, as áreas que apontam o novo paradigma da comunicação. Sabíamos que a sociedade aprendeu a ignorar propagandas disruptivas, mas não tínhamos ainda, compreendido qual seria a solução.

Sem necessariamente, fazer um juízo de valor, "Tihuana é TNT" ilustra perfeitamente esse novo modelo. Quem foi ao cinema assistir "Tropa de Elite 2" deve ter visto o novo clipe da banda Tihuana. Neste clipe a marca de energético TNT é o personagem principal. A narrativa do filme ilustra o posicionamento da marca. A essência da letra também transparece a filosofia do produto. Na verdade, até o próprio nome do produto faz parte da letra da música. Valem ainda lembrar que essa música fará parte do novo álbum da banda.

Para a publicidade, contextualizar a mensagem da marca/produto com algum conteúdo é o caminho ideal para alcançar um discurso publicitário menos disruptivo e mais relevante para o consumidor daquele conteúdo (seja um filme, uma música, um show, etc).

Para a indústria fonográfica, essa também pode ser a uma solução, já que a era digital estimulou a distribuição livre do conteúdo. Ao invés de obter lucro a partir das vendas do álbum, a banda direciona seu retorno financeiro para os shows e também para o patrocínio de marcas interessadas em investir na produção do álbum e dos clipes. Quem sabe os álbuns possam até ser distribuídos gratuitamente nesse caso.

Parabéns para a agência Multi Solution e a marca TNT, que a partir desta campanha souberam ilustrar como devemos atuar neste novo paradigma da comunicação.


OBS: Quero apenas lembrar que modelos de branded content são melhores aceitos quando o produto não é inserido de maneira "forçada". Citar o nome do produto dentro da letra da música pode incomodar caso não esteja perfeitamente contextualizado. Além disso, acredito que não é necessário falar o nome do produto quando a letra já consegue transparecer todo o seu posicionamento e conceito.
Por fim, um último comentário: a produção do clipe é maravilhosa, mas não precisava encerrar com um packshot do produto. Packshot é coisa do antigo modelo de propaganda disruptiva.

OBS2: Também gostaria de ressaltar que o termo Branded Content pode ser novo, mas suas bases conceituais utilizam referências bem antigas. Um exemplo: em 1973, o cantor Paul Simon escreveu uma música chamada "Kodachrome" (uma linha de produtos da Kodak).

3 comentários:

  1. Me veio na hora o Blur - Coffee and tv

    http://www.youtube.com/watch?v=6oqXVx3sBOk&ob=av2e

    haha

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  2. Eric, tudo bem?
    Gosto muito da aplicação desse modelo. É possível perceber algumas boas iniciativas nesse sentido, mas o mercadão da mídia e da publicidade ainda insiste demais nos modelos tradicionais de merchandising (aquele bem fake de novela mesmo) entre outros.
    Uma das aplicações desse conceito de branded content que eu mais gostava mas que sumiu do mercado era uma coluna da revista Bizz patrocinada pela VW. A coluna era O compacto (ou algo do gênero). Eles contavam a história e os bastidores de um disco compacto de grande relevância na história da música e, ao final da página havia uma foto pequena do Fox, carro da Volks compacto.

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  3. Oi Eric,

    Belo Post!

    Sem questionar a qualidade ou adequação da ação ao produto e marca, é interessante ver a publicidade brasileira experimentando novas formas de exposição de marca. Se pegarmos o caso do Sting para Jaguar,além de ser muito bem produzido e a inserção da marca estar totalmente adequada, a música só fez sucesso com um investimento pesado da Jaguar em veicular o vídeo. Nos resta saber o quanto marcas como a TNT estão dispostas levar a frente ações como estas e incorporar dentro de suas estratégias de comunicação o Branded Content!

    Abrcs,
    Paulo

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