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Pra quê afinal, um anúncio em 3D?

Ano passado as revistas foram invadidas por anúncios que utilizavam o recurso de Realidade Aumentada (RA) para atrair a atenção do leitor. Diversas marcas foram convencidas por suas respectivas agências de que a aplicação dessa nova tecnologia seria um atrativo para o público-alvo da campanha.

Antes da Realidade Aumentada, em 2008, o recurso que ampliava a experiência da publicidade impressa era o código QR.

Agora em 2010, o chamariz da vez é a realidade amplificada do 3D. E não é apenas o cinema e a televisão que entraram nessa onda. Diversos jornais impressos e revistas já soltaram desde o início do ano edições especiais, impressas em 3D. Para aproveitar o impacto da novidade, anúncios foram criados especialmente para serem publicados nessas edições 3D. O Itaú foi uma das marcas que soube aproveitar muito bem as edições em 3D lançadas pela Folha de S. Paulo e O Estado de São Paulo.

Esse mês foi a vez da Fiat e da revista Playboy. Claro, provavelmente você já soube que neste mês a modelo paraguaia, Larissa Riquelme, apareceu na Playboy sem roupa nem celular; e em fotos 3D (um óculos especial que acompanha a edição precisa ser utilizado para visualização das fotos). Os homens finalmente ganharam uma desculpa original para comprar a revista.


A Fiat resolveu aproveitar a ressonância do 3D (e da Larissa Riquelme) para publicar dois anúncios especiais na revista Playboy de setembro/2010. Criados pela agência Leo Burnett, o primeiro é uma peça de página dupla do Novo Idea. Já o segundo anúncio foi publicado na contra-capa e traz uma imagem 3D do Novo Uno e aproveita para contextualizar com a revista: "É a primeira vez que a última página da Playboy chama tanto a atenção quanto a capa".

Vale observar que a aplicação do 3D gerou uma pequena interferência na peça: o Diretor de Arte tomou a liberdade de aplicar a marca num tamanho um pouco maior do que o uso tradicional, provavelmente para aproveitar melhor o impacto do 3D.



A reflexão interessante a se fazer aqui é que as marcas que são pioneiras no uso de novas tecnologias e formatos diferenciados conseguem chamar a atenção do público-alvo e até gerar mídia espontânea pela simples aplicação do recurso. Mas logo após a publicação de alguns anúncios, esse novo recurso é banalizado e perde sua atratividade espontânea.

Porém, é exatamente nessa segunda fase em que vemos aparecer o uso criativo e inovador desses recursos, pois agora ele, por si só, não gera tanta repercussão, mas sim a criatividade e a forma como o recurso foi aplicado no contexto da campanha.

Hoje, ainda estamos na primeira fase. Aguardo ansioso a criatividade florescer.

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