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Dicas para as Eleições 2010 e a invasão das redes sociais


Falta exatamente um ano para as eleições de 2010. Outro dia lancei no Twitter: "tenho medo das próxima eleições". Depois do sucesso da campanha realizada pelo Obama nas redes sociais, e a "liberação" de uso da internet para a próxima eleição; acredito que será este o meio preferido pelos políticos para falar com seu eleitorado.

Acho isso muito bom. Será um grande exercício prático de "como usar as mídias sociais em campanhas políticas". Calcule quantas campanhas serão planejadas para a eleição de um novo presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais...

Sem dúvida, os profissionais que se destacaram nessa área da comunicação em mídias sociais nos últimos 2 anos serão disputados a tapa por todos esses políticos. Muita gente vai ganhar dinheiro. Sendo bem honesto, espero até que sobre algum pra mim.

Mas tenho certeza que durante esse trajeto, muitos cometerão graves erros. E quero já registrar aqui meu ponto de vista, um ano antes.

Como já dizia o teórico Marshall Mcluhan, no início, quem produz conteúdo para um novo meio acaba apenas adaptando modelos e fórmulas dos meios anteriores. Pois bem, houve uma época em que, no dia das eleições, era comum ver as ruas completamente inundadas por folhetinhos de candidatos (os famosos "santinhos").

Meu medo é o seguinte: ver os ambientes das redes sociais todos ocupados por milhares de mensagens ("santinhos virtuais"). A campanha política pode virar um grande spam. Imagine ver seu perfil do Orkut, do Facebook ou do Twitter completamente invadido por dezenas de candidatos tentando passar sua mensagem em 140 caracteres.

Fica o meu aviso: fazer campanha em mídias sociais não é o mesmo que fazer campanha nas mídias de massa. A grande sacada aqui não é abrir espaço para ser ouvido, mas o oposto: criar e estimular situações em que os próprios usuários falem do seu candidato.

Ganha mais valor, inclusive, ouvir a opinião de um outro eleitor do que a mensagem do próprio político. Mas não vale (muito cuidado com isso!), criar usuários falsos para falar bem do cadidato.

Nas redes sociais é preciso ser discreto e adequado. Ouvir mais e falar menos. É preciso dar o poder de voz ao eleitor. Fica a dica.


Credito: foto de Pedro de Moraes

8 comentários:

  1. Pois, o que me faz otimista é que o político que se elege em rede... terá que governar em rede. E... na internet ninguem precisa permissão para ter voz ;)

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  2. Sem dúvida Hernani! E quando digo sobre dar voz ao eleitor, é no site do canditado, no seu blog ou qualquer outro espaço digital. Mas como você bem lembrou, se não houver essa abertura, teremos todo o restante da internet pra falar/criticar/opinar!

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  3. Ja havia pensado nessa coisa do candidato Spam... Acredito que veremos muitos #fails de candidatos, isso sim..

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  4. Pois é Éric, também tenho muito receio no ano que vem como serão as coisas...
    Soube que a Dilma contratou o mesmo publicitário que fez a campanha online do Obama. E isso, vai ser complicado!!!
    Já vi que ela tem 2 twitters. O @dilma2010 e o @blogdadilma.
    Ah um tempo recebi um reply falando: Siga o @blogdadilma. E isso já me incomodou um pouco.
    Vamos ver como sobreviveremos ano que vem!


    :)

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  5. Espaço de comunicação para falar e ser ouvido. Explicar muito mais claramente proposta expostas de maneira superficial na TV sem ser entendiante. Transparência seja na critica recebida ou nos gastos de campanha, expondo os reais valores aqui. Não criar varios profiles estáticos, apenas para promover a imagem, e sim promover o bate papo. Sim Eric, esta eleição trará medo para quem quer ver algo sério sendo construido através das midias sociais. Eu não sei se voce lembra, mas no Orkut em 2006, mesmo proibido, as pessoas encheram os avatares de mensagens politicas rasas e algumas ofensivas. Agora o medo é repetir a história em escala em muito maior grau.

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  6. As redes sociais atualmente têm bons controles para filtrar o que você quer ler. Um candidato vai se utilizar bem delas se atuar por meio das próprias redes de contatos, convencendo pessoas a apoiar suas causas.

    Se alguém que eu não conheço inventar de jogar spam pra mim, vai ser ignorado e bloqueado. Bem diferente se alguém da minha rede de contatos, cuja opinião eu respeito, lançar temas que se liguem a um determinado candidato. Aí pode interessar.

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  7. É. A internet é auto-limpante. Candidato sujinho, a gente não vota!

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  8. O Hernani levantou um ponto ótimo: talvez o maior legado da primeira campanha eleitoral 2.0 seja um mandato idem.

    Seja como for, é bem provável que teremos muita santinhagem tuiteira (e beijação de criancinhas, quem sabe). No final, haverá muito benchmarking a ser feito. Mal posso esperar. :)

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