O olhar mediado pelas telas e a compulsão pelo registro imagético não é novidade, mas o fato é que a cada dia surge uma nova página dessa história, trazendo novos aspectos. A supervalorização da imagem e a disposição pela exposição nas redes sociais tornaram a experiência de visitar uma exposição, algo completamente diferente do que já foi um dia.
Não consigo mais visitar uma exposição e impactar-me apenas com a obra em si. Meu olhar se abre e fico atento não só à obra, mas também à perfomance do público entorno dela. Todos com suas extensões tecnológicas em punho, registrando e publicando insaciavelmente o que lhe aparece pela frente, sem dar atenção à pausa reflexiva que um leitor contemplativo costumava realizar quando em frente à uma obra artística.
Na minha visão otimista, esse é um comportamento efêmero, típico desta nova fase de deslumbramento com as novidades oriundas das redes sociais. Logo passa. Porém reconheço que ainda assim, nada mais será como antes.
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