O amigo Lúcio Agra sugeriu um post sobre o Kindle, aparelho leitor de e-books lançado pela Amazon no final de 2007.
Parece que ainda não foi desta vez que os livros de papel ganharam um substituto. Os blogs Digital Drops e Meio Bit apresentaram diversos argumentos para justificar suas apostas no fracasso do Kindle.
Na minha opinião o que mais incomoda é pagar U$399 por um aparelho em que o sistema é fechado e permite apenas a leitura de arquivos de texto.
O iTouch da Apple custa atualmente US299 e pode carregar 8Gb de arquivos; seja texto, música ou vídeo. Quem sabe em breve a Apple lança no mercado um novo modelo com tela maior. Será o fim definitivo do Kindle.
Porém acredito que a substituição do suporte do livro só acontecerá quando encontrarmos um material tão prático e com custo/benefício semelhante ao papel. Em época de sustentabilidade bem que poderíamos inventar uma alternativa para a folha de papel. E muito provavelmente a primeira mídia a ganhar um novo suporte não será o livro, mas o jornal.
Diversas grandes empresas estão desenvolvendo telas flexíveis chamadas de e-paper. Em janeiro a LG, em conjunto com a Philips, anunciaram a criação de uma tela flexível que produz imagens com 14,3 polegadas (veja a notícia).
Em breve teremos uma espécie de tela maleável, leve, prática e que diariamente receberá por wi-fi as notícias do dia. Não será o fim do jornal ou do livro, muito pelo contrário: será um novo começo.
Então, pedi o seu post para ver justamente o que vc. comentaria e tendo a discordar com vc. não com a idéia geral mas em relação a alguns pontos:
ResponderExcluir- os argumentos apresentados pelos blogs e sites (li alguns também)são um pouco questionáveis. O fato de vc. armazenar a maior parte do material em um cartão SD cria a possibilidade de troca de livros entre pessoas. Evidentemente isso tem limites e bloqueios, mas sabemos o quanto essas coisas não duram. Acho que a Amazon também sabe, se não não teria montado uma estratégia espertíssima baseada em três aspectos: a) vc. compra um leitor wifi que não paga conta e que lhe permite comprar livros da Amazon por 10 dólares b) vc. cria um site no qual o "autor" pode postar o seu texto para virar livro -Kindle
c) vc tem na mão uma tecnologia que, como qualquer outra, é cara (o Sony também) e precária. Mas os updates estão aí.
Com relação à Apple, acho que não demora eles fazem algo assim também. Como saiu o Mac Air, é possível que eles pensem em algo dentro do conceito Air também, como as telas flexíveis que vc. sugeriu. Nos I Touch e I phone da vida é que não rola porque ninguém lê Balzac em uma telinha daquelas...
Acho que temos que olhar para o fenômeno não mais com aquela lógica do tipo "será que vai substituir o livro?" porque isso sabemos que não. Estou enxergando porém - imagino que esteja certo - um futuro possível muito semelhante ao que ocorreu na música. É essa circulação do texto, independente do gadget (que apesar de caro está em falta e já tem "trocentos" pedidos para mais). Este, afinal, será alguma outra coisa mesmo...
Uma última coisa: o modelo do site no qual vc. posta seu livro de poemas ou contos ou romance lembra um pouco os sites de relacionamento... Vc. percebe como a coisa foi pensada?
Se os queridos colegas me permitem entrar na conversa, posto este comentário apenas para dizer que acho essa discussão mais do que pertinente. Eu gostaria muito de ter o Kindle, mas a limitação dos formatos de arquivos me incomoda.
ResponderExcluirNão me importaria se não rodasse vídeo, eu gostaria mesmo era de um livro "old-fashioned", se é que isso não é um oxímoro danado, que rodasse TODOS os formatos possíveis e imagináveis - mas isso, como diz o Lúcio, não vai durar muito; já tem muita gente boa discutindo como crackear o aparelho, mas acho que vai pintar coisa mais interessante e mais acessível a todos antes disso.
E essa questão dos modelos de site está me lembrando o que várias editoras norte-americanas e inglesas estão fazendo, liberando desesperadamente a leitura de vários livros, para atrair mais leitores - mas ele liberam para baixar direto em PDF, o que pode não ser muito conveniente, mas pelo menos é de graça, o que definitivamente começa, ainda que timidamente, a mudar o business plan desse pessoal. Estamos vivendo em tempos muito interessantes.