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TV 2.0: Youtube e @realwbonner


Esse post nasceu por conta de dois livros, recém lançados, que ganhei. O primeiro foi "Jornal Nacional: modo de fazer", do apresentador William Bonner; e o outro foi "YouTube e a Revolução Digital", de Jean Burgess e Joshua Green.

Joshua Green é coordenador de pesquisas do Convergence Culture Consortium no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussets). Ele esteve no Brasil, nesta última semana, para uma palestra em que comentou sobre como o YouTube ajudou a transformar as características da nossa sociedade. Também participei de um bate-papo com ele sobre a relação das empresas e seus consumidores nas redes sociais. Segue aqui algumas reflexões:

As mudanças na cultura da sociedade, em relação ao modo como ela obtém informação, são facilmente perceptíveis. Hoje já não esperamos mais que um jornal ou a televisão, nos diga quais são as notícias que precisamos conhecer. O número de assinantes do jornal cai com a mesma regularidade que os telespectadores de um telejornal.

Cada vez mais, vejo pessoas que possuem o hábito de acessar o Youtube para conferir quais foram os vídeos mais vistos ou comentados do dia. De certa forma, podemos considerar isso como uma estratégia para identificar quais foram os temas relevantes daquele dia.

Por outro lado, o Youtube também busca não só inovar, mas atender às necessidades do seu usuário; e com isso, ganhar espaço da televisão. Prova disso é a transmissão ao vivo do show do U2 que acontecerá ainda hoje, daqui há cerca de 2 horas. Ou seja, assim que eu terminar esse post, ao invés de ligar a televisão para assistir ao show, terei apenas que abrir uma nova janela do navegador e acessar o canal do U2 no YouTube.


Para seguir com minha reflexão, considere também que cresce a cada dia, o número de usuários de redes como o Twitter e o Fecebook, espaços em que é comum a prática de troca de links sobre fatos e notícias do dia-a-dia.

Ou seja, evoluímos para um novo modelo de troca de informação em que as redes sociais ocupam o lugar dos veículos de massa, sem necessariamente substituí-los. Ou seja, não quero anunciar a morte do Jornal Nacional; apenas mostrar que o YouTube é hoje um concorrente direto para programas como do William Bonner.

Ele, sem dúvida, já percebeu isso, tanto que está diariamente marcando sua presença no Twitter, para conhecer e vivenciar um pouco desse novo espaço de comunicação.

O Jornal Nacional, assim como a própria rede Globo, sempre transpareceu uma imagem repleta de seriedade e sobriedade. Pouco se soube das particularidades de William Bonner, até hoje. O sucesso do perfil @realwbonner no Twitter se dá justamente, pela oportunidade de conhecer um outro lado do apresentador que não fica evidente durante o telejornal.

É provável que William Bonner já tenha lido coisas como o Manifesto Cluetrain, e tenha notado como as empresas e instituições estão, aos poucos, começando a buscar um relacionamento mais informal com seu público. Daí vem o sucesso nas empresas de modelos como o blog e as redes sociais.

A participação frequente do editor-chefe do Jornal Nacional no Twitter, talvez seja uma forma de entender como ele poderá aproveitar isso tudo a favor do seu telejornal.

Quem sabe, no futuro, tenhamos um espaço de notícias nascido a partir de um mash-up de Youtube, Twitter e Jornal Nacional. Isso sim seria um verdadeiro telejornal da TV 2.0. Espero que o editor-chefe desse canal/programa seja o William Bonner.

2 comentários:

  1. Este modelos não estão tão distante, uma vez que varias empresas de mídia já tem seus espaços preparados para tal integração (transmissão por internet, HD e texto). Uma empresa que está bem perto disso é a ESPN. Repare na cobertura que ela faz em um dia de rodada da Uefa Champions League. Só falta a transmissão online em tempo via audio e video, o que eu diria que é muito pouco.

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  2. Já da pra perceber este mash-up em alguns programas. Nos da SporTV rola direto perguntas por twitter e no site deles os vídeos são uma plataforma de apoio, não o youtube mas é hopedado na globo.com. Os programas estão experimentando a achando o tom certo para usar estas redes. A humanização destes atores, como o bonner e outros, é o grande barato.

    MATEUS

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