Os assuntos levantados envolvem tantas questões que infelizmente terei que selecionar apenas alguns tópicos mais aparentes. Por isso deixarei de lado, por exemplo, o comentário do tal Marc. Vou tomar a liberdade apenas de esclarecer que este blog não trata somente do “código QR”. E mais: a Gisele Honscha, infelizmente, nunca foi minha aluna. Temos inclusive pouca diferença de idade. A área de pesquisa dela é muito semelhante à minha, mas ainda nunca nos conhecemos pessoalmente.
Prefiro focar essa minha resposta ao primeiro comentário deixado pelo “suposto” Felipe R. Digo isso pois apesar de assinar o comentário com o mesmo nome do real criador da campanha, é sempre bom lembrar que o texto pode ser de outra pessoa.
O Felipe R. - que trabalha na agência responsável pela ação de mobile marketing - com certeza tem, apesar de jovem, já alguma experiência com os meios digitais. Ele saberia, por exemplo, que esse é um espaço em que prevalece muito mais a “colaboração”, do que a “competição”. Ele saberia que minhas críticas (ásperas?) não eram pessoais, nem mesmo dirigidas a um cliente ou uma única agência (por isso mesmo evitei citar o nome da agência). Ele saberia que o blog é um espaço público, o texto não é dirigido a ninguém em especial. Ele saberia, inclusive, que seu cliente poderá, em algum momento, ler seu comentário.
Claro que sei que a agência envolvida já fez diversas outras ações muito interessantes, principalmente aquelas envolvendo a tecnologia bluetooth. Ainda não foi a vez de citar alguma delas neste blog, e sem dúvida farei quando surgir a oportunidade.
De qualquer maneira, quero enfatizar que concordo com 90% do que o “suposto” Felipe R. escreveu. Vivemos todos os dias esse enfrentamento entre o pensamento conservador do cliente e o pensamento criativo/inovador da agência. E todos sabem que essa briga é antiga.
Está aí uma das razões que levaram à criação deste blog. Um espaço – colaborativo - para refletir sobre os avanços e também os excessos. A crítica (áspera?) era referente exclusivamente ao formato. À redundância da narrativa. Não se trata de uma agência específica ou de um criativo. Trata-se de uma reflexão para todos os profissionais de comunicação, incluindo os clientes. A repetição pode esgotar o formato e deixar de atrair e impactar o consumidor.
A crítica particular que existiu foi em relação ao texto da gravação telefônica, em que o tom pareceu-me excessivamente comercial. Em minha opinião as novas mídias buscam uma mensagem mais envolvente e menos comercial, por isso a crítica (áspera?).
Por fim, esse blog é uma atividade pessoal, não possui relação direta com minha profissão. Mas o “suposto” Felipe R. pode ter certeza que sou extremamente responsável nestas minhas duas atividades. É claro que erros acontecem, e procuro ser maduro o suficiente para assumí-los. Mas mesmo assim, neste ponto posso deixar a humildade de lado e dizer que tenho muito orgulho do trabalho que realizo tanto aqui, neste blog, como na minha atividade como professor.
Outros assuntos que evitei abordar mas deixo aqui o link de outros posts:
- sobre um novo paradigma da colaboração:
O paradigma do blog corporativo
- sobre reais problemas em ações de comunicação:
O excesso da mídia no caso da menina Isabella
Teaser de "impacto" da Citroën
- sobre a cobrança excessiva dos jovens criativos e a falta de oportunidade para trabalhar ao lado de profissionais experientes:
Carta a favor da qualidade na publicidade brasileira
- sobre a necessidade do pensamento reflexivo:
Uma filosofia dos meios digitais
Olá Eric,
ResponderExcluirSou o fundador da pontomobi, agencia de interatividade e mobilidade que criou, junto com a McCann, a ação para TIM.
Muito estimulante a discusão e importantes as críticas. Os desafios de criar e, principalmente, dar vida a campanhas numa plataforma nova são enormes. Foi assim com internet, está sendo assim com mobile.
Respeito absolutamente as diversas opiniões sobre o que tem sido feito por nós e pelo mercado. Contudo, acho importante separarmos bem formato e conteúdo.
Críticas ao conteúdo (criatividade o não) de uma campanha sempre ocorrerão. Basta olhar a absoluta similaridade e (falta de) criatividade em anúncios feitos para varejistas, cervejas e indústria automobilística, por exemplo.
Importante, no entanto, é tomar cuidado com críticas ao formato. Ora, a dupla de abertura da Veja e os 30s no Fantástico sempre existiram e não se desgastaram. O que os recheia sim, pode ser passível de crítica.
Logo, não vejo problema em criticar ou avaliar como pobre a campanha para Dia dos Pais para TIM. Vejo problema sim em avaliar como desgastado o formato ou, pior, temer por seu prematuro fim.
Deve haver pouco menos de 10 campanhas que se utilizaram de ligação simultânea com vídeo no país. Estou nesse mercado desde os primórdios e realizei a maioria delas. Sem dúvida, umas mais criativas, outras nem tanto.
O bom desta estória toda é que tenho um bom tema para um próximo artigo.
No mias, abraço a você e aos leitores. Convido-os a conhecer outras iniciativas de mobile marketing e mobile advertising no mobilizadoBLOG (www.mobilizado.com).
Críticas, sugestões e eventuais aplausos serão sempre muito bem-vindos.
Abs!
Léo Xavier
Olá @leoxavier!
ResponderExcluirSem dúvida, também pensei o mesmo: tudo isso dá um bom artigo.
Por um lado, um assunto emergente. Mas por outro, nada mais do que antigos debates do mercado, como por exemplo a questão do conservadorismo do cliente e a criatividade exagerada da agência. Bem sabemos que não é assim, 8 ou 80.
Focando na questão do formato, concordo que os 30s ou a página dupla continuam a dar seu resultado, mas você deve concordar que o retorno não é mais o mesmo que em outros tempos. O formato está sim, um tanto desgastado. Além disso, vivemos outras épocas.
Especialmente dentro do meio digital, minha percepção é que a velocidade é maior e assim parece que o tempo de vida útil de um formato não é mais tão longo como nos meios de comunicação de massa.
Hoje temos que lançar mensagens criativas mas também que façam uso de formatos criativos e originais.
No caso do formato que utiliza a ligação telefônica + vídeo, caso continuemos a gerar uma ação atrás da outra, aos poucos o público não terá mais o mesmo interesse em fornecer seu número para ouvir a gravação e o resultado/retorno não será mais o mesmo que você deve conseguir agora.
Mas claro, é provável que continuará a dar seus resultados. O telemarketing tem um indice de rejeição alto, mas ainda assim funciona e dá seu retorno, não é?
Porém o que havia alertado era essa possibilidade iminente do desgaste.
Acredito que é para questões como essas que os anunciantes precisam ficar atentos pois imagino que como havia dito o Felipe R., nas agências há sempre alguém inventando uma ação nova capaz de criar um novo formato.
Acalmados os ânimos, parabéns Eric e leitores pela ótima discussão. Recomendadíssima!
ResponderExcluirVale lembrar também que a pontomobi já havia realizado ações nesse formato bem antes da sitada ação da L'Oreal...
ResponderExcluirQue bom que a discussão se acalmou e crescemos todos!
ResponderExcluirE obrigado pelo "infelizmente". Hehehe.
Bjs