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Creative Commons: iSummit 2006

Lawrence Lessig e Gilberto Gil foram algumas das personalidades que se reuniram no fim de semana passado para discutir o rumo dos direitos autorais, no encontro internacional iSummit, que aconteceu no Rio de Janeiro


O iSummit é o encontro anual de um comitê chamado iCommons, que reúne as principais iniciativas que dizem respeito às novas práticas de compartilhamento de conhecimento, que facilitam o acesso à informação e inspiram uma maior variedade de produção cultural, acadêmica e científica. O primeiro destes encontros aconteceu ano passado em Cambridge, nos Estados Unidos, onde boa parte da institucionalização da cultura livre teve início e aconteceu desta vez no Rio devido às iniciativas do governo brasileiro junto a esta nova mentalidade: a saber, além dos Pontos de Cultura, carro-chefe do Ministério da Cultura atual, que trabalham com toda essa lógica, o governo federal vem abraçando a causa do software livre e capacitando programadores e outros técnicos para esta nova realidade.

O encontro foi aberto pelo advogado americano Lawrence Lessig, idealizador do sistema de licenças Creative Commons, a vedete desta nova forma de pensar. As licenças CC dominaram o evento e deixaram o encontro com um quê umbilical ao redor da iniciativa, já que nem só de Creative Commons vive a cultura livre. O ministro da cultural Gilberto Gil também esteve presente à abertura.

Por alguns tópicos discutidos no evento, dava para se ter idéia da profundidade do assunto: falou-se em ciência livre (em que todos acadêmicos compartilham todas as descobertas), em educação livre (onde alunos podem inclusive ajudar o professor a ensinar), em licenciamento de culturas indígenas, em quebra de patentes de remédios e soluções para viabilizar economicamente estas iniciativas.

As apresentações ainda incluíram uma exposição sobre o Freedom Toaster, um servidor que disponibiliza apenas conteúdo livre e que permite que qualquer um queime CDs e DVDs com estes arquivos na hora; a Free Beer, uma cerveja que não esconde sua fórmula mágica; o Revver, um sistema de micropagamentos em que é possível fazer qualquer um receber por cópias digitais; o brasileiro Estúdio Livre, que encantou os gringos ao fazê-los compor, editar e remixar músicas na hora, usando apenas softwares livres; e o SecondLife, uma espécie de videogame 3D com site de relacionamento.

O evento terminou com a assinatura de duas declarações, uma que pede que as reproduções de textos acadêmicos para fins de pesquisa sejam isentos de taxação; e outra que propõe que o atual sistema de gestão de dados digitais (o DRM, que bloqueia a possibilidade de fazer cópias infinitas de um mesmo arquivo) seja repensado e substituído pelas licenças CC. Depois, à noite, aconteceu a apresentação do rapper Bnegão e sua banda Seletores de Freqüência, do grupo de VJs pernambucanos Media Sana e com a discotecagem do músico baiano Lucas Santtana, no Teatro Odisséia, na Lapa. Todos esses artistas disponibilizam suas músicas e vídeos livres para download em seus respectivos sites, como é de praxe no evento.

fonte: Trama Virtual

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